Era considerada pelas boas moças uma destruidora de lares... Uma verdadeira corruptora dos bons costumes e da moral.
O balançar diário de suas saias incomodava uns tantos, atiçava o imaginário de tantos outros.
Não se sabe ao certo se era seu largo sorriso, seus seios fartos e empinados, sua pele tomada pelo sol ou seus dentes alvos cobertos por lábios rosados e carnudos. Tudo era motivo de agrado e desagrado.
Uma santa, uma puta, uma desavergonhada, alvo dos desejos sórdidos de inúmeros!
Desejavam-na, odiavam-na, mas no fim das contas, todos esperavam o momento que suas saias esvoaçantes passariam diante de seus olhos atentos.
E ela seguia distante na rotina alheia como se nem fizesse parte daquilo tudo, afinal de contas, era o imaginário do povo. Nada que ela pudesse controlar.
Karolyne Gilberta