terça-feira, 17 de setembro de 2013

Banquete

Naqueles (todos) dias em que cresce a vontade de ser bem comida e de bem comer, meu corpo denuncia o desejo que carrego em meus membros. Uma umidade leve, quase latejante, me surge entre as pernas e uma gana intensa de ti se apodera de mim. Deito nua e, inevitavelmente, lembro-me de teu corpo. Na necessidade incontrolável de te dizer “me chupa”, antevejo tua boca descendo de meus lábios, se detendo em meus seios (que se erguem em polvorosa) e depois de brincar com as curvas de minhas coxas seguir me secando e me deixando cega de tanto prazer. Descontrolo-me e desmancho toda em sua língua. Derreto. Gozo. Um gozo intenso e ensurdecedor. Boceta molhada... salivante... sedenta... dura... quente... faminta... pronta para te receber. Aumenta a sofreguidão que sinto por teu pau e compreendo que minha febre que por ele nunca cessa. A boca saliva. Meu céu quer abrigá-lo... protegê-lo. Fantasio minha língua passeando desde a cabeça até o final de tuas bolas: abocanho teu falo. Sugo a gota que escorre implorando que eu a devore. Imagino-te adentrando meu terreno em fogo e eu me perdendo de vez. Você me montando. De quatro e depois em cima de minhas costas deitado com o rosto de frente para o colchão. Minhas pernas te comprimindo. Delicio-me te vendo gozar e me sentir gozando em teu membro que agitado pulsa selvagemente. Sinto minhas ânsias satisfeitas, pois teu membro em riste é a única coisa que sacia minha fome... ou deixa-a ainda maior. Meus labirintos também pulsam e minhas entranhas te devoram. Não desejo mais largar. Vontade de foder o dia inteiro... a vida inteira. Você me beija os lábios e geme baixinho. Segura meus cabelos e deixa que tua mão impaciente repouse sobre minhas nádegas. Quando escorres, quero teu liquido em todas minhas cavidades. Em estado de urgência te solicito na boca, boceta e rabo. Assim, tenho-te impregnado dentro e fora de mim. Constato que meu sossego só vem no contato de nossas peles, porque eu gosto é do teu gozo... gosto mesmo é do teu gosto.


Karolyne Gilberta

segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Jardineiro de mim

Por minhas cavidades suas sementes deposita.
E seu orvalho umedece as pétalas de minhas flores
Camada por camada me regas
E em primavera de sensações transformas meu corpo.
Floresço!
Venço estações.
Desfolho!
Renasço em teus braços.




Karolyne Gilberta

Cio... Deleite... Descanso... Recomeço...

Afoitos
Nos brindamos no coito
Com o proporcionar prazeres um ao outro


Sedentos
Nos jogamos contra o tempo
Comemo-(nu)s sem pausas em movimentos ora doces, ora violentos


Enamorados
Deitamos beijos e carícias por nossos membros deixando rastros de deliciosos estragos
Refestelamos-nos corpo sobre corpo completamente suados





Karolyne Gilberta

terça-feira, 10 de setembro de 2013

Sob o olhar atento de tua ausência


Nua,
com as mãos entre as pernas
e a lembrar de ti
começo o delírio na festa dos prazeres
abrindo os lábios
superiores em sorrisos indecorosos.
Aos inferiores dispenso tratamento mais demorado
Afastando-os com os dedos.
Inicio meu regozijo
navegando pelas saliências e protuberâncias,
pelas bordas e cavidades, dentro e fora de meu céu.
Com um escolhido penetro minhas reentrâncias
e deixo a umidade lambuzá-lo.
Permito que afoito esbarre em minhas paredes
e nos canais que me levam aos ápices do prazer se perca
Presenteio minha boca,
que sedenta saliva,
com pequenas doses do meu gosto mais honesto:
aquele que vai se alojado entre as dobras e curvas!
Enquanto meus seios,
com inveja de tanta erupção,
vão se intumescendo ganhando força e forma.
Constato que latejam...
é como se gemessem silenciosos.
Respondem a um simples toque da mão e incendeiam.
Me farto.
Volto a atenção mais dedicada aos lábios e va - ga - ro - sa - men - te
massageio-os.
Deixo que minha pulsação dite o ritmo do latejar de minha vulva.
Em movimentos cada vez mais intensos vibro.
Experimento em meu corpo um vulcão despejando larva sem cessar.
Aflita, sinto o gozo se aproximando.
O sangue e o ar me fogem do cérebro.
Ainda arfando concedo descanso ao corpo
abandonada em meio aos lençóis.



Karolyne Gilberta

Viagem pelas terras do deleite sem fim

Unhas curtas cravadas em ti
Desfilo com elas por tuas costas largas
Apetite crescente fincado em cada um de meus membros
Absorvo-te

Tuas mãos sedentas me encontram e enlaçam minhas ancas
Movimentos simples que me fazem perder o senso
Curvas esquadrinhadas pelos sentidos renitentes
Consomes-me

Nariz afundado nas linhas de teu pescoço
Aspiro o cheiro de tua tez ardente...
Fragrância flamejante me invade as narinas
Enleio-me


Faço reféns de meus dedos teus cabelos em desalinho
Sinto o gosto cálido em seu hálito quente
A malícia irrompe bailando em meu céu
Navegas-me

Percorre tua língua voraz minha boca de uma ponta a outra
Meus pelos, refugio das sensações que me provocas,
Insurretos se adiantam. Sublevam em busca de ti
Regalo-me

Frestas devassadas por tu língua engenhosa
A agir talentosa sorvendo os frutos do desejo
Que me brotam entre as pernas e goteja espesso
Despejo-me

Ondas renitentes de prazer sucedem-me
Suspiros. Gemidos. Murmúrios. Oscilações. Deleites. Enlevo.
Invades-me transformando-me em uma verdadeira arena de arroubos de luxúria
Ao fim de entradas, saídas, caricias, afagos, movimentos descoordenados em ritmo crescente, me deixo repousar extenuada sobre ti.

Karolyne Gilberta

Rio, mar, oceano: nós

Ele rio,
olhos doces sorria
Eu mar,
entre caricias vertia
Encontro inevitável
Deságue
Fundíamos... um oceano de redenção em cada perdição!

Karolyne Gilberta

Cada novo dia carrega um pouco de morte em suas horas

Foi uma noite difícil como há muito não vivia.
Acostumada com suas incertezas,
apesar de teimar em não desejá-las em minha vida,
soou surreal, até para mim, decidir abandoná-las.
Não tê-lo entre as mãos foi sempre uma de minhas maiores certezas,
mas só de imaginar não tê-lo de forma alguma no dia seguinte
fez meu coração bater fraco e o sangue esquecer o caminho.
As lágrimas retidas na retina repleta de ti
teimando em comprimir o peito e impedir a respiração.
Fiquei aqui estática tentando acreditar em mim
e não transformar essa em mais uma promessa de canto de gaveta.
Desatravessá-lo de minhas pálpebras para finalmente dormir
foi a busca vã na noite longa, escura e fria,
mas prevejo uma busca que há se perder nos dias...
nas idas sem vi(n)da do coração descompassado!


Karolyne Gilberta

Recomeço

Devolve minha pele desconhecedora de tuas carícias para que ela não arda sempre que ouvir o nome de alguém que seja homônimo teu.
Devolve minhas palavras para o tempo que meus poemas não falavam de ti e eu possuía vida para além da tua... para além de nós.
Devolve meus desejos antes de tua pele encontrar a minha para que eu não o ambicione todas as horas perdido entre meus braços.
Devolve meus segredos que te fiz guardião por querer-te demais para que minha história subsista sem a tua.
Devolve o sossego dos dias em que não te conhecia e não necessitava ouvir tua voz para que meus membros voltem a me pertencer.
Devolve minhas noites vazias de teus vestígios para que meus sonhos voltem a ser tranquilos de vontades que me negas pela distância que se encontra de mim.
Devolve, enfim, meus olhos, pois estes já não querem mais ver o mundo se nele, mesmo que vez por outra, na incerteza e na impossibilidade, não nos esbarramos para nos reconectar.

Meu frágil coração

De que adiantam as idas se nelas não vejo volta?
Para que servem as vontades crescentes de longe arremessados contra a porta?
O que faço com essa tanta ausência-presença que me atinge e deixa torta?
E essa experiência que me enche de vida, mas não por isso me deixa menos morta?
Canso de correr contra essa dor que me rasga e por dentro me corta!
Abandono as palavras e experiências tentando, sem sucesso, tirá-lo de meu pensamento.
Sei que isso é mais do que meu frágil coração suporta!


Karolyne Gilberta

Memórias

As memórias com o tempo se dissipam
O gosto vai sutilmente desertando dos membros
A imagem que outrora era intensa fica distante
Carrega junto com ela o desejo
Que não muito longe ardia sem parar.

Karolyne Gilberta