terça-feira, 10 de setembro de 2013

Sob o olhar atento de tua ausência


Nua,
com as mãos entre as pernas
e a lembrar de ti
começo o delírio na festa dos prazeres
abrindo os lábios
superiores em sorrisos indecorosos.
Aos inferiores dispenso tratamento mais demorado
Afastando-os com os dedos.
Inicio meu regozijo
navegando pelas saliências e protuberâncias,
pelas bordas e cavidades, dentro e fora de meu céu.
Com um escolhido penetro minhas reentrâncias
e deixo a umidade lambuzá-lo.
Permito que afoito esbarre em minhas paredes
e nos canais que me levam aos ápices do prazer se perca
Presenteio minha boca,
que sedenta saliva,
com pequenas doses do meu gosto mais honesto:
aquele que vai se alojado entre as dobras e curvas!
Enquanto meus seios,
com inveja de tanta erupção,
vão se intumescendo ganhando força e forma.
Constato que latejam...
é como se gemessem silenciosos.
Respondem a um simples toque da mão e incendeiam.
Me farto.
Volto a atenção mais dedicada aos lábios e va - ga - ro - sa - men - te
massageio-os.
Deixo que minha pulsação dite o ritmo do latejar de minha vulva.
Em movimentos cada vez mais intensos vibro.
Experimento em meu corpo um vulcão despejando larva sem cessar.
Aflita, sinto o gozo se aproximando.
O sangue e o ar me fogem do cérebro.
Ainda arfando concedo descanso ao corpo
abandonada em meio aos lençóis.



Karolyne Gilberta

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