terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

Conexão

Quando lhe vi transcendendo agarrado em meus seios, náufrago, olhos perdidos numa outra realidade de um êxtase profundo, febril, ofegando entre gemidos e sussurros, em delírio, quis retê-lo para sempre dentro de mim. Minhas retinas fizeram o que puderam e desde aqueles minutos fundamentais, tenho-te em minha mente de um jeito selvagem daquele instante para a eternidade. De meu corpo, tua morada, te senti por inteiro, te enxerguei pelo avesso, sem reservas, sem ressalvas, atravessando a curta linha que separa a razão dos quereres, meu menino vadio encontrando o caminho, mesmo ainda perdido em meus labirintos. Atenta ao pulsar de teu coração em disparada, quase pude ouvi-lo entre um batimento e outro, a chamar em código meu nome. Corpos desfalecidos, corações caminhando num mesmo compasso 'disritmado'. Conexão restabelecida, entendi enfim, que era real nosso pertencimento, apesar de todas as palavras que porventura ainda tivéssemos por dizer.




Karolyne Gilberta

Uma noite de descanso em meio ao caos

Uma noite anestesiada pelas expectativas
Sorrisos largos e olhares cúmplices furtivamente trocados na mesa do bar
O som
A cor
Os aromas
As peles tornando-se cada vez mais febris
O abandono da companhia
O inventar das fantasias
O vento no rosto relembrando aventuras
A junção dos corpos revelando texturas
O despir
O devir
A intimidade rapidamente conquistada
Os dóceis corpos, os corpos doces, os corpos e os doces...espalhados sobre a cama
Manchas açucaradas pelo lençol
Subidas, descidas, investidas
Cabelos em rabo retorcidos pelas mãos viris
A surpresa da tamanha força contida nos gestos do outro
O braço que alcança a pele que anseia
Mãos e bocas afoitas desnudando o completo desconhecido
Depositando saliva
Transformando o corpo em alimento
A escuridão
O meio termo
Acendem-se as meias luzes
Assinam-se os termos da busca incessante do prazer
Sem descanso
Com desfrute
A garganta que se afeiçoa e adapta ao formato
A grossura
Ao tesão tamanho
A preocupação
O preservativo
A penetração
Os gozos tantos
A boca abocanhando os grossos lábios
A sucção
O prazer que liquido escorre entre as pernas... entre os poros
O orgasmo que num jato quente se confirma
A água esfriando a pele em brasa
Descanso
Olhares mansos
Palavras moles
A conversa fluindo com naturalidade diante dos corpos entrelaçados depois da saciedade alcançada
O sono
O vento nos rostos mais uma vez
O abraço
A despedida
Os bons sonhos pela réstia de manhã que displicente insistia em despontar
A necessidade do recordar e viver tudo aquilo outra vez.
 
 
Karolyne Gilberta

domingo, 2 de fevereiro de 2014

Naquele beijo que você me deu

Quando seus olhos deslizaram pelos meus naquela noite bêbada e fria de nosso primeiro beijo torto, eu soube o quão inevitável seria o desfecho de nosso encontro de vontades.
 
 
Karolyne Gilberta
Me toma de assalto
É teu meu coração
Me ganha no ato
Segura firme minha mão
Me prende em teus braços
Me deixa prostrada de gozo em seu colchão


Karolyne Gilberta

Enamorada

Quero morar em seu corpo
Como uma naufraga perdida na ilha que é você
Penetrar em seus poros
Como aquela que encontra caminhos para se abrigar da luz intensa e que cega
Beber seus líquidos
Com a sede de quem fica um dia todo debaixo do sol
Te devorar inteiro
Dessa fome que me fustiga dia após dia, noite após noite
Cravar anseios em seus músculos
Para tirar aos poucos o peso de te ter entranhado nos meus



Karolyne Gilberta

sábado, 1 de fevereiro de 2014

Mesmo em sonho

Acordei pulsando e ainda sentindo o gosto de teu leite morno e levemente adocicado descendo por minha garganta.
Uma fome que só aumenta caminha impregnada em minha carne.
Um leve formigamento se espalha por minha pele como se sua língua passeasse por meus poros que se encontram em estado de alerta.
Quis te beber e mastigar.
Te alimentar com o desejo que me escorre líquido entre as coxas nesse instante.
Te quis entre os seios... suas mãos a torcer-me os bicos.
Seus lábios fartos me eriçando os pelos da nuca.
Ser devorada por suas garras e me consumir no mais absoluto prazer que nossos corpos sabem se proporcionar.
Te quis e ainda quero.
Longe de teu corpo tento dormir novamente para saciar, nem que seja em sonho, minhas todas as vontades de ti.



Karolyne Gilberta

E se...

Já pensou se eu chego no meio da madrugada, do mesmo jeito que essa mensagem, invado tua cama, avanço sob suas cobertas, te invento desejos e sacio?
E se preencho minha boca com teu pau semi-desperto, umedeço-o e me lambuzo nessa umidade acolhendo gotas inesperadas (ou mais que esperadas) em meus céus?!
Minha boca e buceta aquecendo e se adaptando a textura para sua chegada bravia e ansiada? Minha bunda abrindo passagem insólita e estreita para seus dedos... seu falo?
As pernas abertas deixando minha buceta molhada a mostra e se declarando dizendo “me coma”?
Minhas entradas de cara para seus membros garantindo que você enfie sempre mais fundo?
Já pensou se rolasse?
Só sei que eu queria e precisava mesmo era de leite quente servido direto de uma jarra preta no café dessa manhã.



Karolyne Gilberta

Dias... devir

Noite em claro
Coração estilhaçado
Eu juntando os cacos
E todas as incertezas
Dessas que em mim habitam
Com muitos vícios
E tantas dúvidas
Vacilante, louca
Tentando me achar no mundo
Perdida em teus passos
Desejando teu colo
E me quebrando ao meio para te conseguir
Me desdobrando
Te machucando
Me fazendo sangrar
Te sufocando
Me aprisionando
E te querendo sem saber fazê-lo
Te roubando o ar e enchendo de responsabilidades
Transformando meu abraço em espinho
E sendo o pior...
Exatamente na vã tentativa de ser o inverso.
 
 
Karolyne Gilberta

Essa tantas

Sempre fui essa tantas
Excessos, viagens e vertigens
Tudo ardendo feito lava
Recitando promessas que faço, sabendo não ser capaz de cumpri-las
Me d-escrevo nesse momento para não ser sufocada pelos pensamentos desesperados.
Pensamentos esses tão iguais a mim:
correnteza destruindo as margens, ventania derrubando árvores.
 
 
Karolyne Gilberta

Dos dias confusos

Com a cabeça tão em tormenta que se não sangro poesia nas noites de insônia, morro devorada pelas palavras não escritas. Sei que de tanto ser eu mesma, hora dessas perigo ir e nunca mais voltar.
 
 
 
Karolyne Gilberta

É nu meu coração cru

Incoerência
Aconchego
Paixão
Desejos
Libido
Vulcão
Insanidade
Ternura
Prisão
Excessos
Fogo
Ambição
Saudade
Vexames
Solidão
Abraços
Barulho
Alucinação
Correnteza
Loucura
Confusão
Medos tolos
Coragens absurdas
Metade me doando inteira, a outra metade dizendo não
Peito aberto
Riso frouxo
Abertura de caminhos em meio à escuridão
Escândalo
Liberdade
Inquietação
Batom vermelho
Sonhos intranquilos
E de muito amar, nem sei mais o que me dá-ói no coração
 
 
Karolyne Gilberta

Entre esperas e memórias

Memorizei teu rosto em minhas retinas cansadas de belezas que se esvaem ao amanhecer de noites fantasiadas e mesmo diante delas fechadas, consigo desenhar traço por traço tua face tranquila. Conheço cada detalhe de seus olhos miúdos e míopes que só me espreitam de soslaio e ligeiramente se esquivam de mim quando busco respostas que você, com esses mesmos olhos, me diz não ser capaz de responder... ainda. Quando meu desejo vacila na espera das poucas certezas que se atrasam na saída, sinto entre minhas mãos inquietas as tuas se entrelaçando numa promessa vaga de caminhos que podem seguir juntos. Quem sabe pelo menos até o próximo amanhecer. De tanto desejar, guardo em minha boca afoita, que só silencia na maioria das vezes para receber teus beijos, o gosto de teus lábios quentes e macios buscando espaço entre os meus. E assim, percebo que a seu lado, sou sempre espera. Espero tanto que desejo veementemente que o ditado seja certo e que a espera não me canse. 


Karolyne Gilberta

Chegada

Quando ela chega,
Rompante em meus pensamentos,
Desconheço meios e caminhos de sua presença
Mas ela se instala por dentro e provoca reações em meu corpo
Minha libido acende.
Homenageio-a e transcendo.
Invento caminhos em meu corpo e transformo
Minhas mãos nas tuas.
Imagino teus olhos me observando, e em transe,
Ofego e me esqueço de todo o resto
Réstia de prazer a me corroer.


Karolyne Gilberta

De dentro

Quando me tocava, diante do olhar curioso dele,
estalou-me a imagem dela na mente
e veio mesmo assim de repente
como coisa que é para não ser, mas é.
À excitação rendi-me!

Momentos depois no meio de um novo ato
me apareceu outra vez como uma certeza
do que eu queria ter entre os lábios, minha presa,
do mesmo jeito que ele me tinha entre os dele
naquele momento sublime a me sugar.

Afundando sua cabeça entre minhas pernas
Sentia a língua dele e as outras vontades que vinham junto
Perdida no meio da novidade do assunto
Deixei que a mente e o corpo guiassem minhas sensações.
No desejo perdi-me!!

Deitada de costas
Com as mãos ansiosas enlaçando os seios
Pensava meio torto que ela podia ser meu recheio
Enquanto eu era fartura na boca dele também
Café, almoço, sobremesa e jantar!!!
 
 
Karolyne Gilberta