terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

Conexão

Quando lhe vi transcendendo agarrado em meus seios, náufrago, olhos perdidos numa outra realidade de um êxtase profundo, febril, ofegando entre gemidos e sussurros, em delírio, quis retê-lo para sempre dentro de mim. Minhas retinas fizeram o que puderam e desde aqueles minutos fundamentais, tenho-te em minha mente de um jeito selvagem daquele instante para a eternidade. De meu corpo, tua morada, te senti por inteiro, te enxerguei pelo avesso, sem reservas, sem ressalvas, atravessando a curta linha que separa a razão dos quereres, meu menino vadio encontrando o caminho, mesmo ainda perdido em meus labirintos. Atenta ao pulsar de teu coração em disparada, quase pude ouvi-lo entre um batimento e outro, a chamar em código meu nome. Corpos desfalecidos, corações caminhando num mesmo compasso 'disritmado'. Conexão restabelecida, entendi enfim, que era real nosso pertencimento, apesar de todas as palavras que porventura ainda tivéssemos por dizer.




Karolyne Gilberta

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