quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Por um lindésimo de segundo

tudo em mim
anda a mil
tudo assim
tudo por um fio
tudo feito
tudo estivesse no cio
tudo pisando macio
tudo psiu

tudo em minha volta
anda às tontas
como se as coisas
fossem todas
afinal de contas

Paulo Leminski

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Nua... em pelo



Ligo o aparelho de som e coloco “You can leave your hat on” doJoe Cocker para rodar. Olho diretamente em seus olhos para que você saiba que sou toda sua e estou aqui para você. Devagarinho vou soltando meus cabelos. Abaixo lentamente, sempre olhando em seus olhos, com as pernas retas e a bunda arqueada. Empino as nádegas com vontade e abaixo a cabeça para frente. Sem me prolongar jogo os cabelos para trás e subo ao ritmo da canção. Viro de costas e danço para ti. Rebolo, balanço, deixo que o tesão me guie. Vou abrindo os botões do casaco que escolhi especialmente para essa ocasião. Sem perder a ginga, o ritmo e a pose deixo que caia por sobre meus ombros. Abro um pouco as pernas para poder movimentar o quadril para cada lado vez por vez. Esquerda, direita, esquerda... Um sorriso de canto de boca e levo o dedo aos lábios para expressar minha vontade de te chupar logo em seguida. Abro o vestido, me dispo e jogo para o lado com movimentos rápidos, porém sutis. Olho fixamente em seus olhos para ver sua reação. Mostro intenção de tirar o sutiã, mas desisto no meio do caminho; troco pelo salto que jogo para cima. Aproveito para apoiar a perna na cadeira com o pé semi-levantado. Novamente danço olhando em seus olhos, giro sobre meu próprio corpo e balanço as mãos para você num convite explícito, que só poderá ser atendido depois que eu terminar de me despir. Sentada, pernas abertas, mãos levantando o cabelo: pisco o olho. Insinuo-me. Levanto. Arranco meias e finalmente o sutiã. Arremesso-os em seu rosto. Só me resta a calcinha, que deixo que você arranque com os dentes, mas sem encostar as mãos. Finalmente me esfrego em você. Apago as luzes de jeito que nem o final desse texto, menos ainda desse episódio de nossa vida, possa ser enxergado na escuridão do quarto, da cozinha, da sala de estar...


Karolyne Gilberta.

O caminho do beijo

 
Como se fôra uma fruta doce sorve meus lábios devagar.
Sem pressa, mas com vontade.
Despeja teu desejo em mim.
Encosta tuas mãos em meu pescoço.
Roça teu nariz em meu rosto.
Vai entrando em minha boca sem pedir permissão.
Meu consentimento está mais que dado e é fruto desse sentimento. 
Vem encostando sua língua na minha devagar...
Vagueia com ela por entre meus dentes e minha gengiva.
Passeia lânguida e tranquilamente.
Ganha força e fôlego e começa a me tirar o ar.
Suga.
Morde minha carne sem temor.
Deixa que seus beijos sejam ora doces, ora lentos,
muito quentes, às vezes rápidos,
totalmente sexy, mais simples, bem simples.
Abusa de suave agressividade.
Molha meus lábios com tua saliva.
Escorre teu sabor em minha boca.
Refaz o caminho milhares e milhares de vezes.
Vem toda e qualquer vez que a vontade comandar.
Queima.

Karolyne Gilberta.

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Aprisionada


Ela sabia que estava sendo estragada por aquele sentimento, mas não conseguia se livrar daquela prisão. Sentia-se atormentada e atordoada, mas tinha a convicção que precisava daquilo mais do que do ar que respirava. Cada confronto, cada conflito... ansiava pela chegada destes para lhe preencher a existência.

Karolyne Gilberta.

Mil jeitos


Sua fome. Sua febre. Sua razão de ser.
Sua sede. Sua rede. Seu anoitecer.
Seu peito. Seu jeito. Sua forma de ver.
Sua veste. Sua prece. Sua contradição para agradecer.
Seu nome. Seu esconderijo. Sua beleza de viver.
Sua dança. Seu canto. Sua maneira de amanhecer.
Sua vida. Sua lida. Mil diferentes jeitos de se sofrer.

Karolyne Gilberta.

O que a satisfaz


Gozada
Toda ela
Ela toda
Toda
Com-penetrada
Coração pulsando freneticamente,
Respiração ofegante,
Cabeça dispersa.
Podia ser mais uma história de amor,
mas era só seu estado pós realização sexual.
E como aquilo lhe fazia bem...


Karolyne Gilberta.

domingo, 23 de setembro de 2012

Uma homenagem sincera

Vim fazer essa ho’ménage’m para ti com direito a honras e méritos.
Já separei a cinta-liga e o vestido decotado de rendas pra usar.
O salto alto e o batom vermelho vão dar o toque final.
O perfume nas extremidades para te estremecer.
Uma gotinha na curva da calcinha não há de faltar.
Meus óleos, géis, brinquedos e muitas camisinhas... tudo a nosso dispor.
Quero você completamente absorvido e delirando de prazer.
Sucumbindo em minhas mãos.
Lambendo meus pés ou o caminho que eu passar.
Serei sua dominatrix.
Fará somente o que EU quiser... como EU quiser... quando EU quiser... e com quem EU quiser...
pois uma homenagem como essa eu não seria capaz de sozinha realizá-la a contento.
Vou pedir reforços e não vou medir esforços para te satisfazer.

Se prepare para dividir a cama com alguém tão cheia de vontades quanto nós.
E mais que isso, cheia de ideias.
Prepare-se para ser virado do avesso, perder a cabeça, ir à loucura.
Se derreter... Afinal, preparado para se permitir?

Karolyne Gilberta.

sábado, 22 de setembro de 2012

Minutos de saciar a vontade



O tempo é curto,
A vontade é grande,
A excitação maior.
Só é preciso um lugar discreto,
Boa vontade e disposição
Dar uma rapidinha só ajuda a aliviar a tensão
do tesão reprimido,
do desejo exprimido pela ‘não-possibilidade’.
Com movimentos certeiros e rápidos permitir que as roupas desobstruam o caminho.
Uns beijinhos aqui e acolá para ajudar a esquentar a penetração e fazer com que o pau a mantenha-se firme,
forte, bravio, imponente.
Uma mão boba que sempre cai bem também.
Depois da primeira entrada é desfrutar d’uns 10 minutinhos de vai-e-vem e está feito!!!
Todos agradecem ao final.
Karolyne Gilberta.

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Desejo para quando a chuva vier



Nesses tempos quentes e sem chuva fica a vontade
de trepar contigo com a água caindo do céu sobre nossas cabeças,
lavando nossos corpos e molhando nossos sexos não só de prazer.
Guardo comigo a vontade de me refrescar,
deliciar-me debaixo da chuva
... ao teu lado.
Ser comida literal e totalmente molhada...
E deixar sob sua conta a responsabilidade de me enxugar
com a língua ou molhar-me mais.


Karolyne Gilberta.