sábado, 8 de setembro de 2012

O menino grapiúna - parte II

Os pais arruinados, perdidas as terras e as roças de cacau, cortam e preparam couro para tamancos. A casa pobre é moradia e oficina, mas o menino vive na praia, no encontro do rio com o mar, as ondas poderosas e as águas tranquilas, o coqueiral, o vento e a presença da menina por quem pulsa seu pequeno coração. Como se chamava? Perdeu-se o nome, na memória ficou apenas a imagem da cavalgada, de mistura com as histórias de fadas e piratas em curiosas versões regionais de dona Eulália. Ficaram o audaz alazão e o rosto moreno, os cabelos lisos, de cabo verde, da primeira namorada. Namorada seria muito dizer, com tão pouca idade ainda não se namorada, mas com que intensidade se ama!!

Jorge Amado
Trecho do livro "O menino grapiúna".

Nenhum comentário: