terça-feira, 11 de setembro de 2012

Cio


Subindo pelas paredes sussurra desejos inconfessáveis ao dono de seus pensamentos.
Cravando os dentes em sua pele se faz refém dos movimentos incontroláveis ante o desespero que se apossa de seu corpo.
Agarrada aos pêlos de seu par mostra-se dona de habilidades incontestáveis e vai desvendando os mistérios de sua condição ‘humana’.
Afiando as unhas no corpo do outro vai se fazendo fêmea, bicho afoito, se deixa possuir pelo cio!
Em delírio arrasta o corpo febril sobre o do amante. Esfrega!
Geme, urra, berra, implora a posse, deseja a morte... o êxtase.
Provoca. Aguarda a violação! Ah, como deseja ser profanada!!!
Saliva e suplica bofetadas, braços retidos por mãos impiedosas, puxões de cabelo que façam sua coluna se contorcer.
Ávida! Intensa! Perdida! Encontra-se no delírio.
Inflama e explode. Jorra!
Enfim a fera descansa.



Karolyne Gilberta.

Nenhum comentário: