Era considerada pelas boas moças uma destruidora de lares... Uma verdadeira corruptora dos bons costumes e da moral.
O balançar diário de suas saias incomodava uns tantos, atiçava o imaginário de tantos outros.
Não se sabe ao certo se era seu largo sorriso, seus seios fartos e empinados, sua pele tomada pelo sol ou seus dentes alvos cobertos por lábios rosados e carnudos. Tudo era motivo de agrado e desagrado.
Uma santa, uma puta, uma desavergonhada, alvo dos desejos sórdidos de inúmeros!
Desejavam-na, odiavam-na, mas no fim das contas, todos esperavam o momento que suas saias esvoaçantes passariam diante de seus olhos atentos.
E ela seguia distante na rotina alheia como se nem fizesse parte daquilo tudo, afinal de contas, era o imaginário do povo. Nada que ela pudesse controlar.
Karolyne Gilberta
3 comentários:
Hmmmmm... Que Capitú essa personagem não daria, hein Dona K? Era um dia de sol quando eu a imaginei daqui, e sua cabeça era coberta por um chapéu de abas largas da cor do vestido, este branco com desenhos abstratos de rosa e laranja.
Seu passo era orgulhoso ao sol de meio-dia, ao contrário de outros transeuntes que se se encolhiam nas sombras. Se encolhiam para se proteger do calor, para vê-la passar, para salivar ou jogar pequenas pragas.
Enquanto ela (você?), usa o passeio como passarela e o sol como holofote. E seguindo seu destino.
E o mais importante e mandar o foda-se pra rotina alheia, afinal nunca vai faltar quem queira cuidar da vida dos outros
Talvez o conjunto das peças que compunham o seu corpo e das que formavam o seu espírito, um tanto zombeteiro,alheio a tudo e a todos, com seu humor demonstrado no sorriso fácil e bonito. Meu abraço.
Postar um comentário