sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

A primeira noite é sempre a mais longa

A primeira noite é sempre a mais longa.
É nela que nasce toda a dureza que reside na ausência de tua rigidez.
É quando teus braços, pesando sobre meus seios e costas,
não mais encontram abrigo em minha pele inflamada moldada no contato de nossos corpos.
Tuas mãos em carinhos furtivos em meus cabelos em desordem desaparecem também.
E os beijos, sonolentamente dados do meio da madrugada,
dão lugar ao espaço vazio na cama e ao sono interrompido...
e à saudade que agora vai insistir por dias incontáveis em fazer companhia
até que sejamos novamente privação da saudade-afeto e carícias -satisfação dos desejos
para voltar a ser a primeira e vivermos a agonia da noite mais comprida de todas outra vez.

Karolyne Gilberta

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