sábado, 10 de abril de 2010

Em intesidade

Noite com direito a incenso exalando fumaça em cima do criado-mudo, luz de pequenas velas espalhadas pelo quarto e deitar mais cedo que o habitual. Dormir não dormiria prontamente, mas, permitira-se deitar antes do horário rotineiro para dedicar-se a um suposto processo criativo.

Poder-se-ia dizer que estava mais preguiçosa que o corriqueiro, mas era uma preguiça diferente. Pensava muito, lia muito, ouvia muitas músicas, buscava novidades, mas, não conseguia sair do estado de letargia que lhe tinha apunhalado a fortes golpes o espírito.

Não tinha a mesma vontade de sempre de sair, ver pessoas, conversar (e com toda certeza essa era uma das coisas que mais gostava de fazer). Porém, se conhecia a ponto de saber que aquilo não era um estado depressivo, tampouco TPM. Era um estado novo, e como era de costume estava mergulhando naquelas novidades.


INTENSIDADE: talvez aquela palavra definisse bem sua vida. E não seria diferente com aquele novo estado de espírito.

Esperava ao menos que ao final de tudo não houvesse pedaços de si espalhados, ou quem sabe na verdade ansiasse por isso com a mesma sofreguidão do ar que respirava. Sentia necessidade de reconstruir-se. Queria ser outra e não mais aquela. Aquela que enxergava, mas, não reconhecia!

 Karolyne Gilberta.

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