terça-feira, 20 de novembro de 2012

Como dois animais

Depois dos anseios iniciais, o primeiro beijo tímido.
Acompanhado dele vieram tantos outros depois.
Mas, muito maior que isso foi a necessidade de te levar para a cama.
Antes mesmo que ‘tudo’ acabasse sair te arrastando apressada.
O importante era não ter testemunhas.
E foi aí que senti novamente tua língua em minha boca.
Quando eu mais ansiava, ela alcançou meu pescoço.
Teus braços a me aconchegar me chamando cada vez mais para perto de ti.
Senti-me ‘dentro’.
Uma rigidez me livrando do mundo ‘real’: era teu sexo me fazendo leve compressão através das roupas.
Fomos abandonado-as aos poucos... ou será que a urgência falou mais alto?
Estava tão concentrada em usufruir de tudo que não consigo me lembrar com muita certeza.
Aproveitamos naqueles instantes cada espaço de nós.
Deleitei-me olhando parte por parte de seu corpo.
Minhas mãos embrenhadas em seus cachos me dando equilíbrio quando montada em você.
Uma trilha sonora de fazer inveja a qualquer filme erótico e a vida cotidiana de muitos.
Foi uma noite com chuva, blues e não esperava menos que muito sexo.
Como pode alguém ouvir durante uma noite inteira blues e não desejar toda a “foda que houver nessa vida”?
Não me lembro de ter aproveitado tanto um momento assim antes.
Mesmo o sono não deu conta de nos incomodar!
Não sei se você diria o mesmo quando o cansaço começou a aparecer, mas fiquei muito feliz me mantendo acordada para aproveitar tudo. Absolutamente tudo!
Era preciso saciar nossa fome de prazer... e a minha era grande.
Sussurros, beijos furtivos, gemidos, violentas carícias, afagos...
Cada tapa um gemido mais alto... um urro de felicidade.
Perdi completamente a compostura, se é que em se tratando de sexo existe alguma possível!
Acho que gritei alucinadamente.
 Chupar você e ver seu membro se enrijecendo,
Vê-lo prender a respiração a cada aproximação de meus lábios,
De meus dentes,
De minha língua.
Ouvir teus gemidos baixinhos e depois descontrolados.
Meu nome docemente pronunciado em teus devaneios nos orgasmos.
Cada penetração era como se nos atracássemos,
Lançássemo-nos um ao outro como bichos no cio.
Conectamo-nos muito além do que a pele poderia prever.
Fiquei extasiada e cada vez mais queria repetir a dose...
E provar mais uma vez ainda...
Foi gozo após gozo.
Ondas de prazer que me invadiam sem parar.
Senti-me completa.
Absolutamente preenchida!
Sua boca me sugando... enxugando para cada vez me deixar mais molhada entre as pernas.
Seus dedos dentro de mim vinham misturando prazer e dor...
Faziam-me pulsar... latejar de tanto tesão.
Teu pau sempre semi ou absolutamente rijo e eu me perguntando como aquilo tudo era possível.
Repetir todas aquelas vezes cada passo,
Começar tudo outra vez,
Desejar que toda aquela delícia nunca tivesse fim.
Poderia ter ficado ali deitada gozando minha vida inteira.
Tanto que nos mordemos,
Tanto que nos beijamos,
Tudo que nos permitimos,
Tudo que nos deixamos pertencer a nós mesmos e ao momento.
Seus beijos que me encontravam desprevenida entre cada cochilo,
Seu olhar que parecia sorrir para mim cada vez que encontrava o meu,
Cada provocação ao corpo adormecido do outro,
Cada penetração,
Cada ejaculação nas partes previstas e imprevistas...
Tudo compunha a verdadeira festa dos prazeres... da entrega.
E foi essa festa que fez com que os segredos de nossos corpos fossem se desfazendo ao contato um do outro e deixassem que a noite virasse dia sem que nos apercebêssemos disso.

Karolyne Gilberta.

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