Nessa
distância que insiste em ser nossa realidade diária
e
seguindo os instintos mais puros e primitivos
(que
são os que sempre guiam meus passos)
Atravessei
o dia inteiro excitada pensando em você
Sofrendo
sozinha rodeada por muitos,
pois
sem poder ser comida,
pois
sem poder lhe comer
Sem
alívio para uma dor que não dói de fato,
mas consome as entranhas por um fogo que não
cessa
Deslizando
por minhas íntimas partes,
vontades
de um inconsciente consciente
oceano...
fogueira
Calcinha
molhada, ventre em brasa
E
uma vontade imensa de me espalhar por teu corpo
(aquele
que também é minha casa)
Desfrutando-o!
Degustando-o!
Desfazendo-me!
Estarmos
nus na mesma cama,
reféns
dos corpos subjugados por segundas-terceiras-quartas intenções
Intenções
de quinta numa terça qualquer.
Incêndio
certo.
Arrebatada
pelos quereres
Corroída
pela vontade infinda de engolir teu membro
que
sei agora repousa tranquilo entre tuas grossas pernas
cercado
de poucos pelos e duas bolas que se encaixam perfeitamente entre meus lábios
Vibrar
ao toque de tua boca habilidosa em busca de novos caminhos sob minha pele
Minhas
mãos desvairadas que sempre tateiam tuas costas largas a procura de um porto
Vítima
da mania incontrolável de assanhar com os dedos teus encaracolados
e
negros cabelos (negros como as asas da graúna, já dizia alguém)
...da
ânsia de soprar em teus ouvidos desejos, até o momento não externados
e
repeti-los até transformá-los em uma realidade irreversível
indecências
ditas em baixo tom
tatuadas
nos poros, entranhadas nos corpos
Depois
de retirá-las da mente atirando-(nus) sobre o colchão
Karolyne
Gilberta