Karolyne Gilberta
sábado, 1 de fevereiro de 2014
Entre esperas e memórias
Memorizei teu rosto em minhas retinas
cansadas de belezas que se esvaem ao amanhecer de noites fantasiadas e
mesmo diante delas fechadas, consigo desenhar traço por traço tua face
tranquila. Conheço cada detalhe de seus olhos miúdos e míopes que só me
espreitam de soslaio e ligeiramente se esquivam de mim quando busco
respostas que você, com esses mesmos olhos, me diz não ser capaz de
responder... ainda. Quando meu desejo vacila na espera das poucas
certezas que se atrasam na saída, sinto entre minhas mãos inquietas as
tuas se entrelaçando numa promessa vaga de caminhos que podem seguir
juntos. Quem sabe pelo menos até o próximo amanhecer. De tanto desejar,
guardo em minha boca afoita, que só silencia na maioria das vezes para
receber teus beijos, o gosto de teus lábios quentes e macios buscando
espaço entre os meus. E assim, percebo que a seu lado, sou sempre
espera. Espero tanto que desejo veementemente que o ditado seja certo e
que a espera não me canse.
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