Acostumada com suas incertezas,
apesar de teimar em não desejá-las em minha vida,
soou surreal, até para mim, decidir abandoná-las.
Não tê-lo entre as mãos foi sempre uma de minhas maiores certezas,
mas só de imaginar não tê-lo de forma alguma no dia seguinte
fez meu coração bater fraco e o sangue esquecer o caminho.
As lágrimas retidas na retina repleta de ti
teimando em comprimir o peito e impedir a respiração.
Fiquei aqui estática tentando acreditar em mim
e não transformar essa em mais uma promessa de canto de gaveta.
Desatravessá-lo de minhas pálpebras para finalmente dormir
foi a busca vã na noite longa, escura e fria,
mas prevejo uma busca que há se perder nos dias...
nas idas sem vi(n)da do coração descompassado!
Karolyne Gilberta
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