Devolve minha pele desconhecedora de tuas carícias para que ela não arda sempre que ouvir o nome de alguém que seja homônimo teu.
Devolve minhas palavras para o tempo que meus poemas não falavam de ti e eu possuía vida para além da tua... para além de nós.
Devolve meus desejos antes de tua pele encontrar a minha para que eu não o ambicione todas as horas perdido entre meus braços.
Devolve meus segredos que te fiz guardião por querer-te demais para que minha história subsista sem a tua.
Devolve o sossego dos dias em que não te conhecia e não necessitava ouvir tua voz para que meus membros voltem a me pertencer.
Devolve minhas noites vazias de teus vestígios para que meus sonhos voltem a ser tranquilos de vontades que me negas pela distância que se encontra de mim.
Devolve, enfim, meus olhos, pois estes já não querem mais ver o mundo se nele, mesmo que vez por outra, na incerteza e na impossibilidade, não nos esbarramos para nos reconectar.
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